O Planejamento Estratégico e o fim de ano

Planejamento Estratégico

A reunião com os executivos num hotel em Aruba, o cálculo “misterioso” da meta do indicador, a mudança total do panorama do negócio a um slide de distância. Isso mesmo: é tempo de Planejamento Estratégico. Independentemente da quantidade de dinâmicas do RH, ninguém realmente acredita que este processo possa trazer todas as mudanças que a empresa precisa. E então: o planejamento estratégico é tão ruim assim?

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Por que o Planejamento Estratégico faz mal à empresa?

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Na pergunta em negrito já estamos assumindo um posicionamento sobre o tema. Sabemos que, na prática, muitas coisas boas já foram obtidas através de PE, mas (pela nossa) prática ousamos dizer que os pontos maus, em muitos casos, ultrapassam os pontos bons. Há três principais malefícios:

– Reforça a crença de que os riscos do negócio podem ser eliminados se o ato de planejar for feito com extremo zelo;

– Quebra um ciclo de retroalimentação e melhoria existente entre “planejar” e “executar” algo;

– Com discussões sempre marginais, a estratégia para o próximo período nunca é o cerne do evento: planos, indicadores, visão e outras coisas são discutidos.

Sempre que me pego pensando sobre este tema, me lembro de uma discussão que tive em um evento de negócios sobre o mesmo assunto. Ao compartilhar estes três pontos de atenção sobre o Planejamento Estratégico em uma aula na época da universidade, um outro colega (hoje consultor) interveio: “mas você deveria saber que a diferença entre o remédio e o veneno é a dose! “. Naquele momento, quase ousei criar um quarto malefício do Planejamento Estratégico, que seria “mantém em situação economicamente ativa consultores, gurus e outras promotores de frases de efeito que agregam pouco ou nada aos resultados das empresas”. Usando a analogia da medicina, devemos saber que quando o médico recomenda uma dose sempre maior do que o necessário e o paciente segue religiosamente as recomendações, estamos diante de um sistema doente.

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O que podemos aproveitar do Planejamento Estratégico?

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Mostrando nosso ponto sobre a questão, já adiantamos: não é nossa premissa que as pessoas irão abandonar esta prática. Uma forma consagrada de “fazer gestão dos resultados e da estratégia” não desaparecerá dos bancos acadêmicos ou da lista de temas pendentes na cabeça dos empresários por causa de um texto. Por isso, queremos sublinhar 4 pontos que podem elevar muito o aproveitamento do seu planejamento estratégico:

  1. Faça com que a maior parte do tempo seja gasto nos tópicos que rediscutem o modelo de negócios, em partes ou no todo. Possivelmente, estes são os temas que tratam realmente da estratégia.

  2. Gere mais combinações sobre temas que “não irão fazer” do que sobre temas que “irão fazer”. Saber os caminhos que não serão percorridos é importantíssimo para evitar a confusão na hora de realmente executar a estratégia.

  3. Não promova a redução da realidade. É confortável criar um plano com data, responsável e tarefa, oferece uma sensação de que realmente as coisas não vão sair do controle. Mais importante, no entanto, é dispender energia naquilo que realmente podemos atingir e ver: checkpoints da estratégia.

  4. Ignore listas de recomendação (como esta)! Por mais que entendamos o pensamento comum de que “copiar as melhores práticas garanta melhores resultados”, gostaríamos de enfatizar que i. a prática não valida essa premissa (temos um texto sobre isso aqui); ii. Este momento de engajamento com o time da empresa é tão único, que merece a sua atenção e cuidado para criar algo que realmente faça sentido às pessoas. Nenhum guru de Harvard entende melhor a sua equipe do que você mesmo.

Planejar é um ato importante dos negócios, mas pode, sim, ser um problema quando começamos a pressupô-lo como mais importante do que a prática, o conhecimento tácito das coisas. Ambos devem andar juntos, preferencialmente não afastando os temas do passado, presente e futuro do radar. Temos um material que aprofunda mais nossa proposta alternativa ao Planejamento Estratégico. Se tiver interesse, preencha os campos abaixo para recebê-lo.

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Texto por André Atarão, co-fundador da Alfaiate . Consultoria em Estratégia.

 

 

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