Esta é uma foto de um Workshop realizado por nós. Nele buscamos melhorias de processo para um parceiro. O trabalho todo foi desenvolvido sobre duas cartolinas, um bloco de anotações e um deck de apresentação com 8 slides. Durou 3 semanas. O resultado do trabalho deixou a empresa muito satisfeita e já conseguimos observar as melhorias sugeridas na prática.

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Por que “estratégico” é sinônimo de “complexo” para as empresas?

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Tivemos acesso, recentemente, a uma proposta de trabalho similar ao realizado por nós. Para a comparação, a organização que receberia o projeto tinha uma complexidade de gestão equivalente a dos nossos parceiros. Com conhecimento de administração, entendemos todos os inúmeros termos, mapas, indicadores, análises de tempos e movimentos e, claro, a relação ingrata entre “quantidade de itens ofertados” e “preço” (elevado). O trabalho previa 2 meses de envolvimento. O que nos chamou mais a atenção foi o uso do termo “estratégico” como qualificador dos itens da proposta e, logo, da contundência dos resultados que o trabalho iria trazer. Algo como “nossa metodologia aparelha vocês para direcionar os processos de forma estratégica”.

Nós consideramos, há muito, que o termo “estratégico” é banal. Nossa crítica não está neste ponto. Ela se centra em outra coisa: por que “estratégico” é sinônimo de “complexo” para as empresas?

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Entendendo porque a estratégia deve ser simples

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Essa premissa está errada: a estratégia deve ser simples. Parte do “desafio de implementar a estratégia” está na complexidade de entender, de fato, o que é a estratégia da empresa. Por exemplo, em um super mercado focado na proximidade com o cliente, possivelmente os agentes mais fundamentais para a estratégia dar certo são os atendentes de caixa, padaria e repositores. O dia dessas pessoas é dinâmico, não pode ser reduzido ao contexto do power point, então precisa ser trabalhado através de algo geral, que se adapte às diferentes situações vividas no dia a dia e que esteja dentro da rotina. Um “lema”, muito mais do que um “indicador”, pode resolver esta tarefa.

A companhia de aviação civil Southwest airlines é um exemplo de sucesso e de estratégia simples (para o sucesso). Ela é conhecida não só como “uma companhia barata”. Nos EUA, o slogan apresenta a empresa como “A companhia mais barata”.

(Pesquisa ao Google realizada na data da postagem)

Numa pesquisa rápida de Google é possível ver a alusão “a mais barata” em todos os lugares. Até mesmo no anúncio pago. Conheci recentemente um ex-funcionário da companhia. Pelo que ele me expôs, a estratégia da empresa era trabalhada em todos os níveis, o tempo todo. Desde uma interrupção a um executivo – que na reunião de fechamento do ano apresentou um plano para incorporar barrinhas de cereal no vôo que elevariam em 10% o custo com comida por passageiro – até o lembrete diário para que os comissários não gastassem produtos de limpeza além dos disponíveis para aquele dia (porque isso aumentaria o custo no curto prazo, elevaria o preço dos tickets no médio prazo e faria a companhia perder o título de A mais barata no longo prazo).

Na Alfaiate, as estratégias precisam ser simples, objetivas e com um interesse nítido em mudar a organização para melhor. Isso pode significar abrir mão de alguns problemas momentaneamente, mas sempre com a ideia de abordar os desafios que realmente podem renovar a empresa. Complexificar quando necessário, claro, é uma premissa do nosso trabalho também. No entanto, deixamos a complexidade para os consultores e entregamos tudo simples para o cliente depois!

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Texto por André Atarão, co-fundador da Alfaiate . Consultoria em Estratégia.