Todo estrategista sente na pele a responsabilidade de encontrar a “resposta certa” para os problemas da organização. Buscar o crescimento do negócio e lidar com as incertezas (ou surpresas) do futuro não é uma tarefa fácil. Mas o que muitos gestores não sabem é que para ter domínio sobre o pensamento estratégico, e conseguir definir estratégias que resolvam os problemas da empresa, não se resume a encontrar a resposta certa, mas sim a fazer as perguntas certas.

O papel da estratégia (e como estratégia entendemos a maneira como o negócio age e reage a situações para alcançar determinados resultados) é de desafiar o status quo da empresa e criar valor para a mesma através das mudanças. Essas mudanças são provocadas justamente pelas perguntas que muitas vezes os gestores não ousam fazer, não porque sejam perguntas difíceis de fazer, mas porque a organização muitas vezes não está preparada para enxergar (ou aceitar) os desafios gerados pela vontade, ou pela realidade, do crescimento.

Perguntas simples podem direcionar a reflexão de temas fundamentais para a oxigenação e o crescimento da organização.

Vamos a elas.

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#1 Quais são os gargalos que impedem minha empresa de crescer?

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Essa é uma das perguntas mais básicas quando estamos pensando nos problemas que as empresas enfrentam e quais são as grandes barreiras que as mesmas devem ultrapassar para atingir novas formas de atuação e desempenho. Esta reflexão permite trazer a tona as limitações do negócio em termos de recursos e processos, bem como formas de pensar e fazer diferente a empresa. Muitas vezes estamos falando em recorrer a criatividade para enfrentar as adversidades.

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#2 O que um “outsider” faria se assumisse o meu negócio hoje?

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Adivinha: mesmo pensando e solucionando os problemas da sua empresa, sempre vai ter alguém que vai enxergar as mesmas situações de uma maneira diferente. Esse olhar “diferente” pode ser aquele fôlego que o seu negócio está precisando. Ficar remoendo o problema apenas na sua cabeça impede você de acessar um leque de possibilidades, seja por falta de conhecimento ou experiencia, seja porque você simplesmente não cogitou aquela saída para aquele momento. Trocar ideias e soluções com outras pessoas, principalmente pessoas de fora da organização, permite obter uma visão 360 da situação, que muitas vezes perdemos quando estamos mergulhados na operação.

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#3 Quem são meus piores inimigos de mercado?

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Quem é administrador ou já passou por uma aula de Marketing sabe que, para vender um produto ou serviço não podemos nos limitar ao que ele é ou ao que ele faz, e sim trabalhar os benefícios (ou as experiências) que esse produto ou serviço oferece (ou proporciona) para as pessoas. Consiste em basicamente olhar a mesma carta sentado do outro lado da mesa: a Coca Cola não vende refrigerante, a Coca Cola vende felicidade. Muito louco não? Somos treinados em Marketing para fazer isso o tempo todo, mas por algum motivo não estamos acostumados a sentar do outro lado da mesa quando estamos pensando outros aspectos da organização. Se eu perguntar para você agora quem são seus maiores concorrentes?

Provavelmente você vai pensar em grandes nomes ou players que atuam no mesmo mercado que você. Se estivermos falando em uma empresa que vende produtos saudáveis, por exemplo, os concorrentes seriam empresas que vendem produtos saudáveis, certo? Errado. Neste caso os concorrentes são as empresas de produtos saudáveis e empresas de Junk Food, empresas de produtos congelados e todos os produtos que impedem com que as pessoas tenham ou desenvolvam hábitos de alimentação saudáveis. Assim, o seu pior inimigo são justamente todos os problemas que surgem durante a jornada de compra do consumidor, sejam eles empresas, produtos, hábitos. O grande desafio é justamente perceber os problemas que impedem o crescimento do seu negócio e reduzir as barreiras durante o processo.

Autora: Stephania Corá, cofundadora da Alfaiate . Consultoria em Estratégia